Parte 1 – O antes….

Vou contar aqui um pouco da minha experiência em Bogotá e arredores e também como foi a compra das passagens no site Travelgenio, que não indicaria para ninguém. 

Antes de começar, já alerto que essa não é uma cidade para quem procura por luxo e sofisticação. Embora haja a Zona Rosa, Zona T e também a Zona G, que são os lugares mais bonitos e sofisticados, não esperem de Bogotá uma Champs Elysee, mas é uma cidade repleta de cultura e de atrativos que valem a visita.  

Essa viagem não fazia parte dos meus planos, mas como viajar é uma paixão e a possibilidade de conhecer novos lugares é sempre bem-vinda, obviamente aceitei o convite do meu marido em ir para Bogotá. Ele teria um treinamento na segunda-feira pós feriado da Páscoa e para lá fomos nós na quinta-feira anterior.

Claro que antes de aceitar seu convite, tive que checar com meus pais sobre a disponibilidade em ficar com meus filhos, já que iríamos só eu e meu marido. Resolvida esta parte, fui buscar a passagem aérea. Busca aqui, busca ali, achei uma passagem que na ida a classe era Business e o preço era o mesmo da econômica. Adorei, claro! Fechei com essa empresa, mas sinceramente nunca mais. O site é a Travelgenio e eu sabia que a compra seria feita em Euro, portanto sujeita a oscilação do câmbio, mas isso não está escrito ou subentendido em nenhum lugar no site. Descobri porque fui buscar informações da empresa, idoneidade etc e em alguns comentários acabei lendo a respeito. Qualquer outra pessoa poderia ser pega de surpresa quando a fatura do cartão de crédito chegasse. Como eu estava indo de classe executiva, topei o risco. A minha dificuldade e experiência negativa foi quando precisei alterar meu voo da volta. Fiquei uma madrugada inteira tentando contato, o sistema de alteração é péssimo, quase impossível falar com alguém e, se eu não soubesse falar espanhol estaria completamente sem cobertura naquele horário. Quase não consegui alterar o voo porque o sistema de pagamento era inacreditavelmente ruim, até o menu para falar com um atendente é horrível. Mal dá para entender qual opção devemos teclar. Posso enumerar as infinitas dificuldades que tive para conseguir mudar minha passagem, mas o que quero destacar aqui é que é importante avaliar muito bem essas supostas economias. Sempre que pesquiso passagens aéreas, essa empresa, a Travelgenio e a sua ¨parceira¨, a Travel2B aparecem com melhores valores, mas isso nem sempre é real porque você estará sujeito a variação cambial e também a um péssimo atendimento caso precise de qualquer tipo de auxílio. É algo a se pensar….

Parte 2 – No destino…

Agora vamos falar de Bogotá e região. Conheci os principais pontos turísticos já que fiquei tempo suficiente para quase tudo. No dia em que iria visitar os Museus, era sexta feira Santa e a maioria deles estavam fechados.  Até tivemos tempo de voltar depois, mas escolhemos outras coisas. De museus, conheci o Museo del Oro e o Museo Militar. Além desses, tem outros como Museo Botero, que é um dos maiores artistas colombianos, Igreja Museo Santa Clara onde antigamente era igreja e convento das clarisas, Museo Histórico de la Policia Nacional famoso por conta de Pablo Escobar.

Fui a Plaza Bolívar, que é a que fica no coração do centro histórico de Bogotá e lembra muitas dessas praças largas ao redor do mundo. Ela é cercada por quatro prédios importantes, o Palácio da Justiça, o Palácio Leviano, o Capitólio Nacional e a Catedral de Bogotá. Ali acabei participando de um rito religioso da sexta-feira santa, com a presença da Guarda de Bogotá, todos devidamente paramentados, com missa e procissão junto da imagem da Virgem Maria e de Jesus Cristo crucificado. Finalizaram colocando essas imagens lindíssimas que dentro da Catedral Primária, que fica no mesmo local. Um momento muito bonito, especialmente para aqueles que como eu compartilham dessa fé.

Neste mesmo dia aproveitei para andar pela Candelária, o bairro mais antigo de Bogotá e tentei subir ao Cerro Montserrat, mas acabei desistindo por estar demasiadamente cheio. Acabei indo para lá no dia seguinte. Depois do centro histórico, fui para o Parque de lá 93, um lugar agradável, cercado de restaurantes de todos os tipos e também da Cervejaria BBC onde resolvi parar para descansar e desfrutar do momento.

No sábado, subimos ao Cerro Montserrat, fomos a Catedral de Sal numa cidade a 1h30 de Bogotá chamada Zipaquirá e depois finalizamos a noite no imperdível restaurante Andrés Carne de Rés, no município de Chia. Para mim esse foi o dia mais gostoso da viagem. O Cerro Montserrat é o ponto mais alto onde é possível ver Bogotá inteira. É um passeio que, estando em Bogotá, é legal ir, mas vou ser sincera, já tive vistas melhores. Vale a visita? Ah, sim! Estamos em Bogotá certo? A emoção começa na subida. Há 2 opções: teleférico e funicular, ambos no estilo bondinho. O funicular vai pelo trilho e o teleférico é preso pela parte de cima e é um bonde um pouco menor. Tanto a subida quanto a descida são bem íngremes e chega a dar aquele friozinho na barriga. Subi pelo funicular e desci pelo teleférico. Adorei da sensação!!

Saindo de lá, seguimos para a Catedral de Sal de Zipaquirá. Essa catedral fica numa mina, a 180 metros abaixo da terra. Ao comprar o ingresso, você pode escolher ter um guia de áudio ou paga a parte um guia turístico. Eu peguei o áudio. Para os brasileiros, há opção em português. O bacana é que com isso conhecemos a história da construção, o caminho da via sacra, suas representações e o que significa cada parte dela. A caminhada lá dentro leva entre 1:30 a 2hs no total. As partes mais lindas são realmente ao final da Catedral, mas não irei contar não. Tem que ir e presenciar a beleza desse lugar. Ao pensar como mineiros construíram tudo aquilo, pude refletir algumas coisas: 1 – O ser humano é maravilhoso e capaz basicamente do que ele quiser, 2 – Somos mais fortes juntos e precisamos uns dos outros…. como seria possível construir tudo aquilo sozinho?  3 – A fé dos mineiros foi a razão daquela construção incrível, muito mais que dinheiro e o tempo todo durante o áudio-guia isso é falado e reiterado. Ah… a fé!

Saindo de lá passamos pela parte central da cidade de Zipaquirá e senti muito por não poder ficar um pouco mais naquela delícia de lugar. Adorei. São duas praças centrais com comércios, pubs e bares ao redor delas. Pitoresca, muito legal. Tive que fazer uma das minhas paradas estratégicas num barzinho por ali. Foi uma parada rápida, mas eu adoraria ter ficado por mais tempo apenas para contemplar.

De lá, seguimos ao famoso restaurante Andrés Carne de Rés que fica no caminho de volta a Bogotá, na cidade de Chia. Pudemos fazer reserva via WhatsApp poucas horas antes de ir e eles respondem rapidamente, já achei isso incrível. Com o trânsito, precisamos mudar a reserva para 1 hora depois do horário e foi tranquilo, mudaram sem problemas. Chegando lá, como era sábado à noite, pagamos uma taxa só para entrar que custou 21.000 pesos colombianos cada adulto. Não estamos falando de um restaurante barato, mas vale cada centavo e cada minuto. Já havia lido muitos comentários a respeito, alguns falando da demora de atendimento, outros com bons comentários e também que a comida não era tudo aquilo. O que posso dizer? Que minha experiência foi excelente em todos os quesitos. Atendimento impecável, o aperitivo era bom, não excepcional e a carne que eu pedi estava maravilhosa. Segui sugestões do garçom e não me arrependi. Porção generosa de carne, comi muuuuito bem. O prato era individual, poucas opções são para 2 pessoas. Agora, o que não dá para deixar de falar é o ambiente. Esse lugar é muito maluco, exótico, lembra um pouco o famoso restaurante do Rio de Janeiro Marios só que ainda mais exótico. O ambiente é enorme e ainda assim fica cheio. Acredito que reservar é altamente recomendável.  Em geral tem 2 garçons por ¨região¨ de mesa e não tive grandes demoras, só um pouco no prato principal, o que não foi problema porque o ambiente é tão bacana que eu não tinha mesmo pressa para ir embora. Tem algumas “figuras” contratadas pelo restaurante que andam fantasiadas e ficam animando as mesas, cantando, brincando com os clientes, nos coroando, tocando instrumentos, dançando conosco. Gente, aquilo ali é tudo de bom! Saí renovada, encantada, feliz. Bem, eu amei, então me desculpem quem discorda.

No domingo de Páscoa fomos à missa, que para nós católicos cristãos é a mais importante do ano litúrgico. Consegui compreender basicamente tudo já que falo relativamente bem espanhol, mas não acho que algum católico que está acostumado a ir à missas teria dificuldade de entendimento ou interpretação. O rito é muito parecido, e a homilia do padre foi ótima. Me senti em casa. Neste dia fiz check out e fui para o outro hotel, onde meu marido teria o treinamento, portanto fiquei hospedada em dois lugares diferentes. O primeiro foi o Embassy Suites by Hilton – Rosales, na Zona G, um bairro bem bacana, com restaurantes ao redor e um café Juan Valdez logo em frente, ou seja, perfeito! O quarto era muito bom e super recomendo. O segundo foi o Dann Carlton Hotel na Avenida 15, fica mais próximo da Zona Rosa e mais afastado do centro histórico. Tanto a localização como o hotel não eram ruins, atendiam muito bem, mas o Embassy tinha alguns detalhes tanto em termos de localização como de acomodação que se sobressaiu. Posso recomendar ambos, mas gostei mais do primeiro.

A grande maioria dos deslocamentos que fizemos foi com Uber. Andar de taxi ou Uber em Bogotá é barato. Até pensamos em utilizar o transporte público, mas desistimos. Eu havia lido muitas recomendações sobre não usar taxi de rua e realmente acabei não utilizando. Uma motorista de Uber comentou que a grande maioria são bons motoristas, mas uns 20% desses taxis acabam agindo de maneira inadequada e daí vem a fama dos taxistas de Bogotá. Mas vou dizer que a experiência com Uber foi apenas aceitável. Não tive problemas de má condutores, mas não gostei muito não, nem me senti segura. Além disso, a maioria dos carros são velhos, sujos e os motoristas pouco simpáticos e não me inspiraram confiança, entretanto usei bastante e não tive problemas. Em nenhuma vez esperei mais que 10 minutos.  Vale lembrar também que era feriado e a cidade não estava muito cheia, portanto o trânsito estava bem tranquilo. Também utilizei taxi de ambos hotéis onde me hospedei e foram de longe as melhores opções, sem necessariamente ser muito mais caro que o Uber. Não que fossem carros novos, impecáveis, mas eram confortáveis e os motoristas extremamente agradáveis. Um deles ficou conosco das 14 às 22hs no dia em que fomos à Catedral de Sal e ao restaurante Andrés Carne de Rés, o outro que me levou ao aeroporto no retorno.

Ainda no domingo de Páscoa, depois de mudarmos de hotel, voltamos ao centro histórico porque eu queria conhecer o Museo del Oro e Museo Botero, mas acabei indo só no primeiro e segui para a Zona T onde ficam os 3 principais shoppings da cidade e as lojas de grife. Andamos pelas ruas e paramos no Hard Rock Café, um restaurante que que é a